GNV (sigla para Gás Natural Veicular) é um combustível gasoso, e apontado como alternativa aos tradicionais álcool e gasolina, reis soberanos nos tanques de nossos automóveis.
Apoiado e amplamente divulgado pelo Governo Federal, o GNV foi exaltado por suas qualidades e vantagens em relação aos demais combustíveis.
A vantagem mais evidente e atraente, ao menos durante a divulgação e pequena fase áurea do combustível no Brasil, era econômica e fazia referência ao menor preço de comercialização do GNV se comparado com a gasolina e o álcool.
Especialistas afirmavam que a economia poderia chegar a 66%.
Para usufruir dessa vantajosa novidade os interessados deveriam instalar equipamentos em seus veículos, popularmente chamados de 'kit gás', cujo investimento girava em torno de R$ 2.000,00.
Outras vantagens foram aclamadas. Entre elas a questão ecológica, assunto cada vez mais relevante e discutido pela sociedade. Pelas características do GNV seu uso teria importante papel na redução dos níveis de poluição atmosférica.
No auge do GNV era episódio matinal corriqueiro longas filas de carros, modificados para a então mais nova e econômica solução combustível no país, nos postos pioneiros em implantar esse sistema.
Conversei com um proprietário de posto de combustível na época e ele disse que não iria embarcar no projeto GNV por conta do elevado custo de implantação. Segundo ele o investimento seria em torno de 1 milhão de Reais.
Considerando que os postos que entraram de cabeça nesse projeto investiram de fato algo em torno dessa cifra, é correto pensar se houve o retorno financeiro esperado e o retorno sobre o investimento foi atingido.
A morte precoce do GNV me faz duvidar se isso realmente ocorreu.
Sim, apesar de ainda respirar, a meu ver sua passagem pela nação tupiniquim é coisa do passado.
E como se deu esse processo? Por que a mais nova joia da coroa perdeu seu lugar?
Nossa fonte de GNV vinha da Bolívia, de onde importávamos mais de 8 bilhões de metros de gás em 2008.
Com a crise no país, o presidente Evo Morales decretou a nacionalização da exploração dos hidrocarbonetos, utilizados na formação que dá origem ao GNV.
Decisão essa apoiada pela população boliviana que acredita, em sua maioria, que a pobreza que faz parte do cenário de seu país tem como causa a exploração das reservas naturais por países estrangeiros.
A partir daí foi desencadeada uma série de acontecimentos que se não inviabilizou o projeto por completo, causou danos profundos em sua estrutura.
Na minha visão existe uma falha grave do Governo nesse imbróglio.
Quando a decisão de apoiar a utilização do GNV foi tomada, as variáveis deveriam ser avaliadas. O consumo foi impulsionado, mas não tínhamos garantia de fornecimento, por mais que se diga o contrário.
E os motoristas que equiparam o carro com o tal 'kit gás'? Não podemos nos esquecer de que o governo incentivou muito esse processo.
E agora? O tal gás não é mais vantajoso e seu uso está praticamente extinto.
O enorme cilindro deve ser removido e utilizado como instrumento musical alternativo, fundo de churrasqueira, peça de museu?
Deve ser mantido, pois existe possibilidade de voltar a ser economicamente viável e com logística para sua sustentação?
E viva um planejamento bem feito!
Referência
http://pt.wikipedia.org/wiki/G%C3%A1s_natural_veicular
http://www.gasnet.com.br/novo_gnv/entendendo_gnv.asp
http://vestibular.brasilescola.com/blog/gas-natural-crise-na-bolivia-que-isso-tem-ver-com-.htm
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