
O Trem de Alta Velocidade Rio-São Paulo (TAV RJ-SP) ou ainda TAV Brasil é um projeto do governo federal de trem de alta velocidade com a função de interligar as duas principais metrópoles brasileiras: São Paulo e Rio de Janeiro.
Um projeto antigo do governo do estado de São Paulo já previa a instalação de um ramal de trem rápido entre Campinas e São Paulo, denominado trem Expresso Bandeirantes.
Como alternativa, o novo estudo técnico de viabilidade incluiu ligar Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro numa só linha de 518 km de extensão.
O projeto, se for implantado, marcará a entrada do Brasil no pequeno grupo de países que possuem esse tipo de transporte.
A intenção do governo, inicialmente, era de que o "trem-bala" estivesse pronto para a Olimpíada de 2016, no Rio de Janeiro.
Porém, atrasos na preparação do edital de licitação apresentados em outubro de 2009 comprometeram o prazo de início das obras e dificilmente o projeto estará pronto em tempo de contemplar a Copa do Mundo de 2014.
Novos atrasos adiaram o processo de licitação para abril de 2011 e, depois, para julho de 2011.
A possibilidade de apenas um consórcio, o coreano, entrar na disputa, foi um dos argumentos para o adiamento do leilão.
Além da integração de três regiões metropolitanas, o TAV ligará os dois maiores aeroportos internacionais do Brasil: Guarulhos e Galeão, além de Viracopos.
Haverá porém, a desativação do aeroporto Campo de Marte, em Santana, na zona norte da capital paulista, onde será implantado um terminal de passageiros e o pátio de manobras dos trens.
Um mapa do traçado proposto pode ser visto no site do IpeaMapas.
O custo inicialmente previsto pelo governo federal para a conclusão de todo projeto era de 33 bilhões de Reais, dos quais 20,8 bilhões seriam financiados pelo BNDES.
As cifras são astronômicas e nos fazem pensar na real necessidade e na verdadeira intenção dos envolvidos no projeto.
O Brasil é um país que abdicou totalmente de sua linha ferroviária, situação essa que já foi tema de um de meus posts.
O "trem-bala" seria de grande utilidade em minha opinião, mas tenho dúvidas sobre a condução do projeto.
É correto sair do total estádio de inércia nesse sentido e partir direto para a implantação de um projeto tão ambicioso e grandioso como esse?
Penso que deveria ser algo gradativo, iniciando com a reativação da linha férrea normal, e num segundo momento estudar esse passo maior.
Eu sempre duvidei que isso de fato saísse do papel.
Mas hoje li no jornal que a Etav (Empresa do Trem de Alta Velocidade) irá começar dentro de um mês.
A Etav é a estatal criada para gerenciar o projeto "trem-bala" no país e será presidido por Bernardo Figueiredo, escolhido por Dilma Rousseff como comandante da estatal.
Não bastasse a complexidade natural do projeto, nossa excelentíssima presidente fez questão de politizar mais esse cargo.
Esse mesmo senhor Bernardo havia sido indicado por ela para a presidência da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) e foi rejeitado pelo Senado.
Por questões como essa e pelo histórico brasileiro na condução de projetos dessa natureza eu temo por sua condução e óbvio receio, para não dizer certeza, de favorecimento e superfaturamento.
Resta-nos esperar utopicamente pelo bom andamento e honesto gerenciamento desse importante avanço nos transportes em nosso país.
Referência
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