
Acabamos de adentrar o mês de junho.
Estamos no primeiro final de semana do sexto mês de 2012.
E hoje estive na minha primeira festa junina desse ano.
As festas juninas são na sua essência multiculturais, embora o formato com que hoje as conhecemos tenha tido origem nas festas dos santos populares em Portugal: Festa de Santo Antônio, Festa de São João e a Festa de São Pedro e São Paulo principalmente.
A música e os instrumentos usados, cavaquinho, sanfona, triângulo ou ferrinhos, reco-reco, etc., estão na base da música popular e folclórica portuguesa e foram trazidos para o Brasil pelos povoadores e imigrantes do país irmão.
As roupas 'caipiras' são uma clara referência ao povo campestre, que povoou principalmente o nordeste do Brasil e muitíssimas semelhanças se podem encontrar no modo de vestir 'caipira' tanto no Brasil como em Portugal.
Do mesmo modo, as decorações com que se enfeitam os arraiais tiveram o seu início em Portugal com as novidades que na época dos descobrimentos os portugueses levavam da Ásia, enfeites de papel, balões de ar quente e pólvora por exemplo.
Embora os balões tenham sido proibidos em muitos lugares do Brasil, eles são usados na cidade do Porto em Portugal com muita abundância e o céu se enche com milhares deles durante toda a noite.
No Brasil, recebeu o nome de junina (chamada inicialmente de joanina, de São João), porque acontece no mês de junho.

Além de Portugal, a tradição veio de outros países europeus cristianizados dos quais são oriundas as comunidades de imigrantes, chegados a partir de meados do século XIX.
Ainda antes, porém, a festa já tinha sido trazida para o Brasil pelos portugueses e logo foi incorporada aos costumes das populações indígenas e afro-brasileiras.
A festa que estive hoje foi em um colégio e por conta disso tem suas particularidades que fazem com que se diferenciem do formato original.
Pais babando na arquibancada da quadra poliesportiva que é palco de danças coreografadas por seus filhos.
Fotógrafos profissionais disputando os melhores lugares para conseguir grandes poses dos pequenos dançarinos caipiras que com certeza irão causar comoção dos pais que não pensarão duas vezes em comprar os caros álbuns que lhes será oferecido nos próximos dias.
É o capitalismo interagindo e se tornando parte importante de nossa engrenagem cultural.
Independente dessas questões paralelas, eu acho muito importante a preservação de nossas raízes culturais.
Se uma dessas crianças se interessar em pesquisar a origem da festa e o porquê da existência dela, a festa já terá cumprido seu objetivo.
Mas isso ficará pra depois, porque no momento eles estão interessados em brincar com os inúmeros brinquedos conseguidos nas inúmeras brincadeiras dentro da festa, como pescaria, tiro ao alvo e muito mais.
Ainda temos dois meses de festas dessa natureza.
Dois meses porque o mês de julho também recebe tais comemorações, só que renomeadas para festa julina, por razões óbvias.
Evolução tecnológica e transformação cultural são inevitáveis e positivas, mas não podemos olhar o futuro e apagar nosso passado.
Viva a tradição e as festas populares!
Não deixe de ir a uma festa dessas. Elas ocorrem semanalmente durante esses meses. Sempre terá um lugar perto de você.
Se você gostava quando criança, não prive seu filho desse sentimento.
E mesmo você com restrito gosto alimentar e não adepto a comidas típicas de festas juninas não tem desculpa.
Hoje muitas delícias não necessariamente ligadas à festa foram incorporadas ao evento e fazem sucesso.
Para você ficar com vontade e se sentir instigado:
- Arroz Doce
- Bolo de Milho Verde
- Pipoca
- Curau
- Pamonha
- Canjica
- Milho Cozido
- Suco de milho verde
- Quentão
- Batata Doce Assada
- Bolo de Fubá
- Broa de Fubá
- Cocada
- Maria-mole
- Pastel
- Pé de moleque
- Pinhão
- Cuscuz
- Quebra Queixo
- Quindim
- Vinho Quente
Vida longa a essas festas e tudo que preserve a cultura nacional.
Referência
http://pt.wikipedia.org/wiki/Festa_junina#Brasil
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