Pais não renegam os filhos. Por mais erros que os filhos cometam, os pais, em sua maioria, sempre são o apoio de suas crias. Isso não significa não reconhecer e apontar os desvios traçados pela prole, mas sim estar ao lado mesmo quando o mundo parece ter virado as costas.
Quando ocorre o contrário, ou seja, um pai abandonar o filho, normalmente é porque a situação chegou a um limite que nem mesmo o afeto paterno consegue contornar.
É o que deve estar ocorrendo com Hipócrates na minha opinião.
Mas quem é Hipócrates?
Pouco pode ser falado sobre ele. Dados a cerca de sua vida são escassos, incertos. Nascido na Grécia, em uma de suas belas ilhas, viveu entre 460 e 377 a.C..
Como podemos imaginar, na época os conhecimentos a cerca do corpo humano eram limitados, além da óbvia ausência de recursos. Com esse cenário o tratamento de doenças, se é que pode assim ser chamado para o período em questão, era nulo ou extremamente precário. Hipócrates, a quem é atribuído a precursão do pensamento científico na humanidade, buscava nas pessoas detalhes das doenças que elas apresentavam em busca de diagnósticos.
Dessa forma Hipócrates é considerado o pai da medicina.
Voltando para a realidade vivida em 2012, algum tempo após, temo que ele não esteja satisfeito com o rumo de algumas coisas e o que tem sido feito com seu legado.
Medicina é, por formação da palavra oriunda do Latim ars medicina, a arte da cura.
Como em todos os segmentos da sociedade, em todas as profissões, temos grandes e medíocres profissionais.
O problema é a consequência, a proporção que uma ação tomada, ou não, por um profissional da saúde pode causar, e isso por si só torna a profissão de extrema importância e responsabilidade.
Infelizmente alguns profissionais não têm essa consciência.
Comportamento inadequado, procedimentos equivocados, desinteresse, irresponsabilidade, arrogância e despreparo mancham um categoria, que em sua maioria tem sim comportamento oposto a esses maus profissionais e merecem elogios e reverência.
Não são raros casos em que é necessário consulta com quatro, cinco médicos diferentes até que um problema seja de fato investigado e identificado.
Respostas e procedimentos padrão tomam conta das salas de pronto-atendimento e consultórios. Nem sempre é uma virose e nem sempre soro resolve. Quando passa a indignação de você ter finalmente recebido um diagnóstico específico, mesmo que não sejam boas notícias, fica o sentimento de revolta e de impotência. Até porque poderia ter sido tarde demais.
Nos telejornais rotineiramente acompanhamos casos muito graves e indignantes. Paciente que deveria operar o joelho direito e saí com o esquerdo operado, tesouras deixadas dentro dos pacientes e infelizmente muitos outros.
Esses seres devem ter se esquecido das palavras:
"Eu, solenemente, juro consagrar minha vida a serviço da Humanidade. Darei como reconhecimento a meus mestres, meu respeito e minha gratidão. Praticarei a minha profissão com consciência e dignidade. A saúde dos meus pacientes será a minha primeira preocupação. Respeitarei os segredos a mim confiados. Manterei, a todo custo, no máximo possível, a honra e a tradição da profissão médica. Meus colegas serão meus irmãos. Não permitirei que concepções religiosas, nacionais, raciais, partidárias ou sociais intervenham entre meu dever e meus pacientes. Manterei o mais alto respeito pela vida humana, desde sua concepção. Mesmo sob ameaça, não usarei meu conhecimento médico em princípios contrários às leis da natureza.
Faço estas promessas, solene e livremente, pela minha própria honra."
É tempo, mesmo que tardio, da sociedade pressionar e cobrar dos órgãos regulatórios mudanças nesse comportamento e desejar, mesmo sendo utópico, que essas pessoas por si só façam um exame de consciência sobre seus atos e repensem seu comportamento.
Referência
http://pt.wikipedia.org/wiki/Hip%C3%B3crates
http://pt.wikipedia.org/wiki/Medicina
http://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%A9dico
http://www.formaturasweb.com.br/juramento.asp?mat=28
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