O buraco é literalmente mais embaixo


É crescente um movimento mundial, e cada vez mais acentuado no Brasil, para que atividades que o ser humano tornou dependente de veículos e equipamentos que facilitam a locomoção voltem a ser realizadas na sua forma primitiva e natural.

A adoção de bicicletas para chegar ao ambiente de trabalho, usar escadas ao invés dos cômodos elevadores, descer um ponto antes no ônibus, evitar carro ao ir até a padaria e supermercado, e outras ações, ganham tímidos adeptos diariamente e são grandes exemplo dessa tendência de mudança.

Morte ao sedentarismo absoluto!

É lindo esse discurso. Realmente é interessante, digno de incentivo e a nossa saúde agradece.

A questão é a condição para facilitar isso e muito mais.
Nossas cidades tomam ações práticas ou ficam apenas no discurso politicamente correto?

Reclamamos tanto dos buracos que se multiplicam pelas ruas de nossas cidades e maltratam os pneus e amortecedores de nossos queridos veículos, mas o calçamento, que é de nossa responsabilidade, está em estado tão ruim ou ainda mais precário. Sim! A manutenção das calçadas é de responsabilidade do proprietário. Sei que é óbvio, mas parece que muitos não se tocam disso.

Se é difícil andar nas calçadas, imaginem tentar fazer isso empurrando um carrinho de criança. Toda vez que tento essa proeza me irrito demais. Os carrinhos não estão preparados para aventuras off-road e invariavelmente acabo optando, mesmo que perigosamente, em fazer o trajeto pela rua mesmo.

E a situação é muito pior e chega a ser absurda se pensarmos nos cadeirantes.
Como é possível um cadeirante se locomover com segurança e dignidade nesse ambiente urbano cheio de crateras.

Se a responsabilidade de manter é do proprietário, as prefeituras devem exercer o papel de agente fiscalizador e realmente desempenhar seu papel no contexto. Eu nunca soube ou presenciei uma campanha ou alguma ação, mesmo que centralizada, dos municípios nesse sentido. E esse é apenas um exemplo da inoperância do poder público municipal como agente fiscalizador.

Estou cansado desse discurso político e a proximidade de mais um pleito municipal aflora essa repulsa por pessoas que escolheram a política por profissão, projeção e benefício próprio.

As eleições municipais estão chegando.
Boa oportunidade para questionar sobre o assunto ao ter seu voto disputado ferozmente pelos candidatos ávidos e ansiosos para resolver os problemas. Pena que são os problemas particulares e financeiros do seu clã apenas.

Temos que começar a caminhar no quesito cobrança da contrapartida dos impostos que são cobrados de maneira avassaladora no país.
Não somos acostumados a isso. A classe política nada faz para facilitar o acesso e politizar a população, de maneira que seu senso crítico seja aguçado.

Precisamos dar os primeiros passos, mas o difícil é saber por onde começar, pois nem sequer engatinhando estamos.

Ligue na prefeitura e reclame.
Não adiantou? Abra um Boletim de Ocorrência.

É tempo de se mexer socialmente e não apenas fisicamente!


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