Não importa o que nos dizem ou o que dizemos a nós mesmo nos intuito de convencermo-nos do contrário.
Não importa qual a natureza da privação. Seja ela material, amorosa, afetiva ou de qualquer outra natureza, irá nos guiar para uma das mais devastadoras sensações que pode povoar a mente de um ser humano.
Com a justificativa de que a privação é apenas um meio momentâneo para atingir um objetivo maior em um futuro próximo, acabamos tomando algumas decisões e aceitando, por comodidade ou necessidade, determinadas situações.
De início tudo parece contornável e lidamos bem com a situação, sempre tendo em mente o suposto bem maior, um grandioso objetivo a ser alcançado.
É comum durante o início desse processo que o bom humor prevaleça. Situações claramente constrangedoras e fonte de limitação e irritação são tratadas com sarcasmo e ironia.
O problema é que o tempo não é apenas cruel quando nos enfrentamos defronte o espelho.
O tempo age em nossas privações da mesma maneira que o vento em age em focos de incêndio em uma floresta.
Uma pequena labareda pode se transformar em um acidente de proporções alarmes se não controlado a tempo. E o grande problema é que nem sempre ações de contenção logram sucesso. Por vezes é necessário assumir que a grande queimada irá ocorrer e o esforço deve ser voltado para diminuir sua área total e minimizar seus impactos.
É justo se privar de algo em prol de um amanhã que pode não existir?
É correto não dar o próximo passo por conta de não gastar a sola de um sapato, que pode ser trocado sem muitos traumas no futuro?
É honesto consigo mesmo ter uma vida interior e não fazê-la ganhar vida?
Vida de adulto pode ser muito chata se as obrigações e responsabilidades transbordarem, levando ao afogamento de outros aspectos em nossa vida.
Como meu pai sempre frisou, viver e sobreviver não são sinônimos.
O que diferencia é a maneira pela qual tomamos ciência disso.
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