Tempos de Guerra


Confrontos, independente de sua dimensão, podem ter seu início em pequenos e recorrentes acontecimentos.

Banalidades também são ponto de partida de conflitos.

Idiotas com poder demais ou influência, também.

Ou ainda questões, em tese, importantes, como armamento nuclear.

Ou tudo isso junto.

Pouco importa.

Depois de deflagrado, um conflito pode ser devastador e deixará, no mínimo, consequências perpétuas em todos os envolvidos.

Quem vive nesse cenário tem seu comportamento completamente modificado.


Mesmo quem não está intimamente ligado às ditas causas tem sua rotina atropelada.

Vira refém do medo.

Evita aparições públicas.

Refugiado de guerra em sua própria casa.

Mesas e sofás viram trincheiras.

Quartos agora são bunkers.


Já quem defende ou ataca um território se torna um ciborgue.

Sangue nos olhos 100% do tempo.

Pronto a disparar, armas ou palavras, sempre que algo lhe chame a atenção, negativamente.

Um vulto vira alvo.

Um alvo nem sempre é inimigo, no entanto.

Baixas desnecessárias, injustas e cruéis.


Intempéries de tempos de guerra.


Estrategistas são peças essenciais e decisivas nesse complexo tabuleiro.

Um movimento correto pode ter muito mais relevância e veemência do que um ataque incisivo, porém mal planejado.

Força irá sucumbir diante do pensamento, sempre.


Porém mesmo os melhores estrategistas não conseguem garantir sucesso.

Apesar de usar o cérebro privilegiado para antever ações inimigas ou calcular corretamente um avanço ou retrocesso, existe uma situação difícil de prever e preparar.


Fogo amigo.

A mais perfeita estratégia será aniquilada se seu aliado, suposta parte integrante do seu plano, sabotar sua execução.

Nunca se espera que quem está ao seu lado, usufruindo de sua estrutura e partilhando seus pensamentos será quem irá te virar as costas e acabar com seus sonhos, facilitando a vida de seus inimigos.

Quando isso ocorre é sinal claro que a guerra na verdade nunca deveria ter sido iniciada.

Se quem era parte dela desde o princípio na verdade nunca esteve a seu lado, game over.

Mais que derrotado, você foi enganado.

Toda luta foi em vão.

A guerra pouco importa.

Os danos já foram feitos e são irreversíveis.

Bater em retirada é o mínimo, única opção.

Hora de repensar os aliados.

Ou repensar algo mais profundo, a vida.

Lutar talvez não seja mais necessário.

Se passou a vida lutando ao lado de inimigos íntimos, imagine a quantidade de escolhas equivocadas e injustiças que deve ter cometido, por influência proposital ou simples convivência.


Tempos de Guerra...

Deveriam ser evitados, mas podem ser os únicos momentos que a verdade terá oportunidade de ser apreciada, nua e crua, sem vestes ou maquiagem para camuflá-la.


Parabéns!


Tempero é o nome que se dá ao conjunto de condimentos, cuja função é realçar o gosto do prato.

Sal.

Canela.

Coentro.

Alho.

Louro.

Pimenta.

Salsa.

Alguns exemplos entre tantas opções.

Usados em conjunto e na medida exata propiciam prazer inenarrável.

Porém combiná-los precisamente é uma arte.

Poucos dominam com perfeição.

Uns passam do ponto na tentativa de sobressair o sabor e se tornam insuportáveis.

Outros, comedidos ao extremo, são plenamente sonsos.

Perfeição é notada pelo olhar, pelo aroma.

Requinte sem extravagâncias.

Simplicidade chique.

Imponência adquirida, nunca forçada.

Naturalidade.

Segurança.

Sabedoria.

Alegria.

Estágio pleno alcançado por poucos.

Almejado por muitos.

Exalar o bem.

Parabéns!

Quando um não quer, dois não brincam


Variação de um famoso dito popular.

Aliás esse 'Dito' sabe das coisas hein.

Pensamentos profundos.

Dependendo é claro da profundidade da reflexão a que são submetidos.

Caso contrário são apenas irônicos e divertidos.

Ótica e importância, sempre elas.


Ótica.

Tudo depende do ponto de vista do qual se visualiza ou vivência uma situação.


Importância.

Além da ótica, a importância que se dá à informação após absorvê-la é essencial.


Não existe definição melhor para a vida do que esse pensamento do tal Dito.

Só irão brincar se ambos visualizarem a oportunidade da algazarra e se ambos se sentirem instigados para tal.

De nada adiantará um estar em polvorosa se o outro estiver alheio a esse furor.


Na verdade Dito deveria ter complementado a frase.

A palavra 'juntos' teria sido o complemento perfeito.


Pois o personagem que está em polvorosa não irá sorver o desejo e se abster da brincadeira.

O fará sozinho.


Claro que algumas brincadeiras parecem não fazer sentido quando desajudado.

Pega-pega, esconde-esconde.


Mas certamente alguma variação ou alternativa será encontrada.

Videogame, Lego.


Ou quem sabe encontrar outro amiguinho ou amiguinha na mesma ou similar sintonia.


Adequação

Cabe aos amigos que estão constantemente brincando junto encontrar a variante comum.


Nem sempre a brincadeira apetecerá mutuamente.

Outras vezes a variável temporal não trará a equação para um denominador comum.

Cabe aos matemáticos do momento arredondar a conta.

Às vezes pra cima.

Às vezes pra baixo.

Outras vezes truncar ao invés de arredondar pode ser a solução.

O importante é chegar colaborativamente a um número racional finito.

Caso contrário pode-se incorrer no risco de uma dízima periódica.

E eliminar a série infinita transformando-a em fração pode ser penoso demais.