O pinto murcho
Era uma vez um ovo.
Reluzente.
Chamava a atenção de todos.
Comentários sobre sua aparente beleza era inevitáveis.
Outros ovos o admiravam.
Outros ainda indagavam como ele fazia para se manter daquele jeito.
E outros o invejavam e desprezavam sua boa forma.
Eis que chega o grande dia.
As cascas se quebram e os pintinhos se apresentam para o mundo.
A curiosidade era geral para saber como seria o pintinho que era coberto por tão perfeita casca.
Destoava dos demais.
Era lindo.
Impossível não percebe-lo.
Os dias se passam.
A expectativa sobre o desenvolvimento do belo pinto é grande.
O que de tão especial reside nele?
Nada.
Pelo contrário.
Enquanto seus irmãozinhos ficam cada dia mais espertos, ele se retrai.
Cabisbaixo e sem energia.
Sem vida.
Não vinga.
Se vai.
Frustração é geral.
O que teria ocorrido com ele?
Por que não correspondeu às expectativas?
Não importa.
O que importa é a lição.
Nem sempre a casca mais bela acomoda dentro dela o melhor conteúdo.
Um pinto murcho pode não estar assim por vontade própria.
Pode ser seu destino.
Pode ser seu carma.
Pode não ser nada.
E mesmo assim ser tudo.
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