Um país fora do trilho


O Brasil é o maior país da América do Sul e o quinto no mundo, com uma área total de aproximadamente 8.5 milhões de km². Sua população ultrapassa 192 milhões de habitantes segundo dados de 2011.
São Paulo é a cidade mais populosa, com cerca de 11 milhões de habitantes e com uma área total de aproximadamente 1.5 mil km².

O que me intriga é porque um país continental, como é comumente referido por todos, abdicou completamente de sua malha ferroviária e é hoje adepto em sua plenitude do transporte rodoviário.

O transporte ferroviário é mundialmente difundido como fator importante na logística de transportes, de carga ou de pessoas, e tem sido associado ao crescimento econômico daqueles que dele se utilizam desde sua criação, que ocorreu durante a Revolução Industrial. Isso por conta da capacidade de transporte de grandes volumes e na segurança desse transporte.

Nem sempre foi assim. O período compreendido entre 1930 e 1960 é conhecido como o auge brasileiro do transporte ferroviário. Muito disso por conta do governo Getúlio Vargas que a partir de 1930 estatizou a malha ferroviária nacional e a segmentou em administrações estaduais. Durante esse período a ferrovia foi o principal meio de transporte, seja de pessoas ou mercadorias.
Para termos uma ideia da importância em números, em 1958 quando o governo Juscelino Kubitscheck criou a Rede Ferroviária Federal S.A. e centralizou toda a malha nacional eram mais de 38 mil km de linha férrea pelo país.
Muito da decadência desse importante transporte é atribuído ao governo militar, pois os estudiosos do assunto afirmam que o transporte ferroviário foi relegado a segundo plano durante a ditadura e esse abandono fez com que a malha ferroviária útil fosse diminuída e muito em sua quantidade.
A privatização do setor ferroviário ocorreu em 1996, mas desde então o cenário pouco se alterou e o próprio setor indica estagnação.
Sei que é utópico demais, mas desejo que um dia essa situação seja revertida. Não podemos apenas nos prender ao modal rodoviário.
Nossa evidente carência de transporte público, o abarrotamento de carros e caminhões em nossas estradas e o alto custo do frete estão aí pra quem quiser ver.
Sei que dificilmente esse cenário será modificado, os ‘lobistas’ do segmento de transporte, combustíveis e demais que lucram vertiginosamente com o sistema atual nunca irão 'largar o osso'.

É uma pena que assuntos extremamente relevantes como esse nunca entrem na agenda política brasileira.


Referência
http://pt.wikipedia.org/wiki/Transporte_ferrovi%C3%A1rio


Um comentário:

  1. Desde criança sou apaixonada por "trens"! Cresci indignada com a opção pelo transporte sobre rodas! Depois de grande fui entender o "lob" que foi aceito por nossos governantes e e a grana que rolou por esta opção do transporte rodoviário!

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