O que nos ensina a nudez de Carolina?
Desde sexta-feira não se fala em outra coisa. Fotos da bela atriz Carolina Dieckmann nua foram parar na internet, e daí já viu. Foi pra internet vira domínio público, mesmo não sendo. Milhares ou milhões de internautas se deliciaram com as fotos e o assunto se tornou rapidamente o mais comentado das redes sociais. Devido a proporção que o assunto ganhou foi abordado até no Jornal Nacional, o mais visto telejornal do país, da mesma empresa que a atriz é contratada.
Até aí tudo normal. A curiosidade para ver fotos tão íntimas de uma personalidade, ainda mais uma bela mulher como ela, é obviamente justificável.
A questão a meu ver é outra. Depois que as fotos foram vistas (acredito que nesse momento já foram retiradas da internet, ao menos a maioria, pois estão hospedadas em sites internacionais o que dificulta um pouco o processo) as pessoas continuam ávidas pelo assunto.
O comparecimento da atriz no distrito policial para prestar depoimento sobre o caso mais parecia a chegada de uma estrela da música internacional para um evento grandioso aqui no Brasil.
Difícil determinar se essa sede por esse tipo de coisa vem da imprensa e contamina o público ou se é do ser humano e o comportamento da impressa é apenas um reflexo do que somos e gostamos.
Nos deparamos com situações como essas cotidianamente.
Veja o caso do filho do cantor Leonardo, o jovem Pedro Leonardo.
Não estou aqui menosprezando a dor da família, a gravidade do acidente e nem desprezando a dor dos envolvidos, pois realmente é uma situação muito difícil.
A questão é que antes do acidente nada ou pouco era noticiado sobre o rapaz. Mesmo sobre a vida profissional de cantor não se falava nada. Na rede Globo muito menos, pois ele participou do reality show A Fazenda na rede Record, grande concorrente e adversária da Globo.
Eis que após o acidente o assunto ganha importância e cobertura de chefe de estado. Matérias em programas vespertinos, telejornais, links ao vivo direto do hospital. Profissionais de emissoras de TV feito loucos atrás da ambulância que transportava o rapaz para um outro hospital. Insanidade inconsequente!
Volto a dizer que o ponto não é o jovem rapaz, que realmente parece ser uma boa pessoa, pai de família, trabalhador.
A questão é que somos como vampiros sedentos por sangue, escândalos e tragédias atraem telespectadores. Até onde isso vai chegar? Se tivessem conseguido acesso eu tenho certeza que os canais de comunicação não hesitariam em mostrar imagens do rapaz na cama ou até mesmo ainda dentro do automóvel em que sofreu o acidente.
E se essa loucura desenfreada está estabelecida nos meios de comunicação é porque vende. Nós, público, consumimos e muito esse e qualquer outro tipo de tragédia de uma maneira irracional.
Realmente não sei qual o limite, se é que existe.
Ontem Pedro, hoje Carolina, amanhã outro.
Até quando? Até onde? Se é que o 'até' existe...
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Nunca fui fã ou sequer conheço bem o tal Rafinha
ResponderExcluirBastos, mas hj vi o programa de Frente com Gabi com ele.. muito interessante a visão dele sobre essas coberturas, no caso específico dele, o que gerou a repercussão imensa da infeliz piada com a Wanessa Camargo..
Deveria ser hr de repensarmos o que estamos consumindo, no que clicamos, no que assistimos e compramos.