A grandiosidade da insignificância

A vida deve ser valorizada ao extremo.

Devemos planejar, nos preparar, almejar o melhor, garantir o amanhã.

Balela.

Conversa fiada.

Vida não é nada.

O segundo tem tanta importância quanto décadas.

Um singular momento, intempestivo, pode ceifar a melhor e mais perfeita perspectiva.

Ontem ela sonhava acordada sobre como seria ocupar o posto de Primeira-dama.

Hoje ela lida com os preparativos de um sepultamento.

Conheço essa sensação.

Sentimento em queda livre.

Vertigem.

Triste.

Muitos sucumbem.

Compreensível.

Voltando aos grãos de areia no deserto, nós.

Tragédias como a ocorrida com Campos ou as que acontecem aos milhões todos os dias provam que nada somos, ou que somos nada.

Não importa a suposta retidão comportamental.

Não importa se o legado será imenso.

Duas coisas são irrefutáveis.

A primeira diz respeito à nossa pequenez.

E a segunda é o que chamo de efeito pós-vida.

A morte enaltece qualidades e dizima defeitos.

Vide lamentações aos milhões sobre Campos no Facebook.

90% das pessoas sequer sabem de que cidade ele foi prefeito, qual estado ele governou ou sequer seu partido político.

Mas, enfim, assunto pra outras lamúrias, futuras, e espero não longínquas.