O coelho e a raposa moravam no mesmo prédio.
Vizinhos de longa data, quase nunca trocavam mais de duas ou três palavras.
A raposa ostentava um ar de soberba, sem olhar nos olhos do coelho e dos demais, sem se importar, na maioria das vezes, com a presença do adorador de cenouras ou dos outros 'pulguentos'.
Exceção feita em situações que a raposa precisou, como por exemplo, para segurar a porta do elevador, ajudar com as compras, ...
Certo dia a raposa foi vista pelo coelho em situação embaraçosa.
Por mais que tentasse esconder seu comportamento em público, raposa é raposa.
Sua fama não é à toa.
O problema foi o coelho ter sabido do ocorrido.
A raposa se viu desconfortável.
Aquele que pra ela poderia não existir, exceto em momentos específicos, poderia complicar sua vida.
O que fazer?
Teria que conversar com o orelhudo.
Exigir sua discrição.
Ameaça-lo sem que ele percebesse.
No dia seguinte o coelho cansado chega do trabalho.
Ladina raposa parecia esperá-lo.
Conhecendo a raposa, o coelhinho fez um cumprimento padrão, baixou a cabeça e foi em direção à sua toca.
De repente o coelho arregala os olhos!
A raposa responde seu cumprimento.
- ??????, pensou o coelho.
- Coelho, precisamos conversar. Podemos ir até minha caverna?
Rabinho entre as pernas, lá vai o coelho.
Moral da história.
Não, nessa história não tem moral.
Um por se achar e se impor por sua posição superior na hierarquia animal.
O outro por aceitar.